1 de fev. de 2016

EL 3 - Segredos





Levantei com um pouco dificuldade mas me despertei mais rápido com Elisa falando ao celular. Ela parecia gritar pros vizinhos anunciando o assunto que falava. Que horror. Ri alto me espreguiçando enquanto escovava os dentes. Meu cabelo estava um caos, passei a noite toda me mexendo, isso acontece muito quando ainda sonho que a festa tinha continuado. Só que em casa. Delírios do álcool.

Peguei meu celular já saindo do banheiro. Respondi minhas mensagens. Elisa deitada de costas com celular nas mãos. 

- Elisa, quais planos pra hoje ? -perguntei a observando virar-
- Minha casa, mamãe está louca comigo ... se importa se eu ir agora ? 
- Não, aconteceu algo ? 
- Meu pai viajou novamente, tenho que cuidar da minha irmã. -Seus olhos percorriam o quarto procurando por sua roupa- Eu não entendo porque minha mãe não contrata uma baba -disse trocando de blusa- eu odeio ficar o final de semana cuidando dela 
- Você podia tomar esta atitude por sua mãe ué -eu disse arrumando o colchão- 
- Quem vai pagar ? -ela colocando a calça olhou para fora- 
- Parece que você vai ter que resolver isso com ela ... -eu observei o carro preto estacionado do outro lado da rua enquanto dobrava as cobertas-
- Me deseja sorte ... -ela me deu um beijo na bochecha- 
- Você vai conseguir -gritei logo após ela sair pela porta- 

A família de Elisa era tão complicada que eu tentava o máximo ajuda-la com o mais obvio a se fazer. Ela seguia meus conselhos e no final vinha me agradecer, eu me sinto. Fui até o guarda-roupa guardando as cobertas na prateleira de cima. Enfiei o colchão debaixo da cama e arrumei a minha, tampando a vista de baixo. Desci para a sala e ouvi vozes vindas da cozinha. Ué, meus pais estariam em casa a essa hora ?

Me enganei, Dave entrou pelos fundos e estava devorando tudo que tinha na geladeira.

- Dave você não sabe avisar ? 
- Desde quando ? Nós somos quase da mesma família!
- Eu que te pergunto desde quando! Não temos nada de ser da mesma família -eu fui até a geladeira pegando a nutela- Você que fez isso ? -Eu levantei a nutela que estava com o pote vazio- Sabe quanto isso custa ? É nutela Dave. Eu que compro essa delicia aqui. 
- Você não come, fica guardando -ele deu de ombros e sentou-se na mesa-
- Eu guardo pra dias em que eu tomo meu café da manhã, sem ninguém pra ficar comendo junto. -Aumentei meu tom da voz virando e colocando a nutela na pia- Eu não tenho nem irmão pra isso, que coisa viu!
- Ai Lis, chega de drama né ? -Eu o fuzilei com os olhos e ele se calou- Olha, você sabe que final de semana não é pra ficar em casa, então vamos hoje lá pra casa da Sara que tem festa.
- Sara ? 
- Sim.
- Olha pra minha cara que vai ficar indo em festa de gente que me odeia Dave. 
- Você não tem nada contra ela 
- Mas ela tem e é por você. -Suspirei com raiva e fui para a sala-
- Ela sabe que não temos nada e você sempre anda comigo, eu sempre te incluo nas minhas coisas. -Ele disse me seguindo- Como irmã.
- Irmã ? -eu virei ficando cara a cara com ele- Você não me chamou de irmã ontem, nunca nem considerou uma irmã.

Dave se aproximava como se esperava, seu rosto estava colado com o meu e podia sentir o hálito de nutela que vinha de sua boca. Idiota. Minha nutela. Assim que ele me tocou virei meu rosto, ele me deu um beijo na bochecha.

- Sai Dave, eu sabia que tinha algo estranho. -Eu o empurrei, peguei distancia e ele se aproximou- 
- Eu não posso ir lá sem você, a Sara não desgruda de mim. 
- Você ta querendo que eu faça o que Dave ? -eu perguntei num tom mais alto-
- Que você fique comigo na frente dela. 
- VOCÊ TÁ LOUCO ? -eu sentei no sofá- 
- Por qual motivo eu estaria ? -ele sentou do meu lado com uma perna cruzada virando meu rosto- você foi meu primeiro beijo, primeiro amor. 
- Sai Dave, você sempre quer me usar. -eu empurrei sua mão- Ela tem sentimentos, assim como eu tive e tenho, não posso deixar que ela se machuque por um lado frio sobre ela que você tem
.
Dave ficou em silencio. Aquilo me assustou, ele nunca ficou me olhando por tanto tempo daquela forma. 

- Desculpa. Eu to deixando meu lado mais frio tomar conta. -ele abaixou a cabeça se ajeitando no sofá- Na verdade, eu nunca sei o que fazer quando as garotas começam a sentir algo por mim. 
- Você nunca pensou no que já passou na vida ? Se colocar no lugar da pessoa ? -perguntei e ele me olhou-
- Ele me olhou sem saber o que falar- Eu nunca soube amar, nem reagir aos amores. -Ele se aproximou- Você sabe, mais que ninguém que eu te amei. Nem amando alguém eu soube reagir mas isso não saiu daqui. -Ele apontou pro coração- Sei que nada do que eu falar vai adiantar, eu to ciente disso mas eu não tenho alguém pra confiar. 
- E seus amigos Dave ? você convive mais com eles do que comigo! 
- Eles são meus amigos, exatamente. Eles não servem pra dar conselhos, me ouvir. Eu procuro isso neles e nos que faço amizade, mas olha só. Cai aqui novamente. 
- Você sabe que pode contar comigo Dave -dei um sorri meigo- Mas não faz mais isso, você acaba confundindo as coisas.
- Já pedi desculpas. Eu nunca vou mudar esse meu jeito. -Balançou a cabeça- Mas quer sair comigo ? 
- Dave ...
- Pra você me ouvir Lis. Por favor -ele levantou esticando a mão- Vai ...
- Eu só vou mandar mensagem pra minha mãe .

Um sorriso se formou nos lábios de Dave mas o que não saia da minha mente era o porque disso tudo. Da conversa, do convite. Ele sempre me pede conselhos mas nunca me faz essas coisas. Eu não iria ser mal educada e muito menos o despreza-lo. Eu quero saber o que ta acontecendo.

- Vamos pra onde ? -perguntei fechando a porta- 
- Andar ... -dei de ombros e andei de seu lado- As vezes eu penso como seria bom namorar sabe ? mas eu paro e penso que eu já me apego muito, seria o mais fudido da historia. -demos risadas juntos- 
- Você é muito trouxa Dave, você não sabe o que quer.
- Sei sim mas para não ser espancado no meio da rua. Ficarei quieto. -Ele deu um sorriso de lado e olhou ao redor- Você lembra que quando eu te beijei, te trouxe até sua casa ? E ainda nem existia está casa aqui ? -ele apontou para casa do Sr. Loncaster- É, eu tenho medo dessa casa, podemos atravessar ? -sem que eu tivesse dito algo ele me puxou atravessando-
- Você é louco. Não tem nada demais no Sr. Loncaster. 
- Você pode se enganar viu, eu já vi ele conversando com seu pai.
- Qual problema ? Os vizinhos se conhecem aqui -disse e ele fez uma cara de medo-
- Mas ele é estranho, tem cara de homem mal. 
- Você que é mal por pensar coisas sem conhecer ele. 
- Vamos mudar logo de assunto... -ele disse e parou- Eu preciso te contar uma coisa. -eu parei e me virei- 
- Estou esperando, pode falar -eu com toda a paciência cruzei meus braços-
- Qual é a maior prova de amor que você acha para um homem fazer a uma mulher ? -ele se aproximou lentamente-
- Oi? 

Confusa com a pergunta eu tentei ao máximo assimilar ela com ele e alguém. Será que seria ele o homem ? Tem certas perguntas que devem ser respondidas de acordo com tais pessoas nelas. Principalmente quando a pessoa é alguém que eu conheço muito bem.

- Você ouviu muito bem a pergunta. Eu quero saber de você isso...
- Então, é ... -eu olhei para o chão tentando buscar palavras para aquela pergunta- Você vai levar em consideração o que eu disser ?
- Lógico, você é a única que eu converso essas coisas. -eu senti uma pontada no coração, ficando mais díficil de responder.-
- Amor não é só joia, são atitudes de carinho e demonstração do real sentimento. Não digo para não dar uma aliança ou um colar sabe ? -suspirei- São flores, levar a lugares que ela vá se sentir bem e principalmente ser marcado ali contigo.
- Você é bem romântica. -ele se aproximou rindo- você é demais.
- Agora já pode me falar o motivo da pergunta tá? -eu comecei andar ao seu lado-
- Você vai saber... -ele me olhou de canto soltando o sorriso dele, aquele que qualquer menina iria se derreter, eu só ria-
- Quem diria em -eu dei um soco leve em seu braço- você ta crescendo.
- Para, eu fico sem graça assim -ele me abraçou forte e nós separamos logo apos- Vamos ir pra festa da Sara ?
- Seu idiota -fui até ele dando socos- você muda de assunto assim pra essa garota.
- Calma, só você não vai! -ele segurou minhas mãos-
- Isso é questão de convite, certo ? -eu arregalei os olhos, o debochando- você é muito bobo mesmo. 
- Você vai sim, ela não pode barrar você.
- Ah, ela pode! -eu ri da situação- 
- Você vai dar seu jeito. -Ele piscou-

A historia no começo é bem lenta e capítulo curto, eu não quero deixar a historia confusa e então, estou fazendo tudo pra chegar nas partes que tem mais ação. Aliás vocês tem que conhecer mais o Dave... aham!

Beijos!

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