6 de fev. de 2016

EL 4 - Ela parada na janela, de longe á avistei








Justin P.O.V

Meus pés nunca doíam tanto, eu corria no ritmo da música que tocava em aleatório no meu fone. A água já não me satisfazia tanto quanto parar e respirar normalmente. Eram apenas 5 minutos correndo pelo parque porém só tinha começado a 1 minuto.

Depois de 1 ano parado em academia decidi voltar, de forma diferente. Gostava de fazer exercícios em ar livre, provavelmente estaria tentando imaginar está cena como de filme. Faltou o cachorro.

Minha testa já com vestígios de suor e meu corpo aquecido, me sentia num forno com algumas frestas de vento. A música estava no final e os cinco minutos estavam se aproximando, parecia horas. Nunca reclamei de fazer exercícios, começar leve já me matava. Só faltava isso e poderia voltar para casa.


- ufa -abaixei a cabeça com as mãos no meu joelho tentando controlar a minha respiração-

Voltar pra casa correndo seria outra luta, o parque não ficava tão longe mas não era perto. Comecei a dar trotadas e aumentei ao sair do parque atravessando o farol dali.

Mais 5 minutos e cheguei em casa, fui até meu quarto pegando minha toalha e entrando no box liguei o chuveiro deixando no morno. Meus músculos gritavam e eu só sorria por saber que tudo estava voltando ao seu devido lugar.

Enrolei a toalha em minha cintura e peguei outra para secar meu cabelo. Fui até minha cabeceira pegando o celular ligado ao carregador, eram 10h da manhã de um domingo e minha rotina começava ali. Tinha mensagens e mais mensagens...

- Caralho! -levei minha outra não mão celular por digitação mais rápida- Perdinelli ! Que droga.

Perdinelli era meu professor de lutas. Desde os meus 13 anos eu luto na academia dele, ele conheceu meu pai na infância e por tudo que ocorreu eles entraram no que hoje eu estou livre. Espero que por um bom tempo. Hoje eu iria começar o mma, aquilo era o que mais me fissurava no ring. Perdinelli nunca acreditou no meu potencial, sempre me enfrentava para fazer melhor, a jogada dele dava certo pelo meu gene ser forte e gostar de desafios.

Fui até meu guarda-roupa e peguei uma roupa e coloquei outras na mochila. Em questão de alguns minutos já estava no caminho da academia.

A academia não só era de Perdinelli mas era de sua mulher, Sra. Perdinelli. Ela dava ali aulas de danças, não só as de saltos como o break e tudo mais. Ela iria começar hoje com as aulas junto ao marido, em alas diferentes. Claro.

A academia ficava em um prédio, ao entrar subi o lance de escadas rápido e procurando Perdinelli. A academia estava cheia e sua sala estava aberta, só se via a tv. Fui até lá com passos lentos e batendo na porta avistei ele sentado.

Perdinelli estava sentado no sofá assistindo aí jogo de basquete passando na tv.

- Você esse esqueceu novamente ? -ele me questionou olhando fixamente para a tela- e no primeiro dia ? -seus olhos frios me encararam-
- Estava fazendo exercícios matinais, de costume -o respondi em seguida o fazendo arquivar a sobrancelha-
- Bom ter você de volta -levantou me dando um abraço e dando tapas em minhas costas- Vamos começar logo.

Perdinelli já começou fazendo sua cara fria, até parece que não o conheço a 12 anos. E 4 anos de treinamento com este cara não faz para conhecer seus defeitos e qualidades.

- Você vai começar pulando corda em 30 vezes de 15. Depois vá até o saco e faça o mesmo. -Ele piscou e me deu luvas- Essa eu fiz especialmente pra você.

Quieto apenas acendi e fui até a parede de cordas. Peguei uma e fui para o lado onde tinha visão do espelho e de mim. Comecei a pular contando. Era bem rápido e então perdi completamente na segunda contagem, mas segui. O mais não me faria mal.

Meu fone era meu companheiro de tudo, nessa hora eu não o tinha. O som da academia era mais alto e então não me fazia tanta falta. Fui fazendo algumas manobras e Perdinelli me observava de longe ajudando outros na academia.

A academia não tinha uma mulher, porem está regra foi quebrada com a entrada de três e a mulher dele. Elas estrearam na sala onde apenas o vídeo separava da nossa ala, voltei meu olhar ao meu pular de corda e já sentia meu cansaço novamente bater mais forte. Fui parando aos poucos até de vez, fui guardar a corda e me direcionei ao saco.

Ele ficava distante da ala da academia e então era mais intenso ficar ali. Só havia eu. Peguei a luva e tomei um pouco d'água. Me preparei e comecei a dar vários socos seguidos no saco.

Minha mão se fechava automaticamente fortalecendo e deixando que meus ossos fizessem o trabalho de bater ali. Perdinelli atencioso em mim seguiu o olhar a minha postura e veio corrigir.

- Desde pequeno tenho que te ajudar com isto -sua mão foi até minha cintura e logo após em minha perna- Quando bater faça somente dois movimentos sempre em repetição, você vai ter mais controle.

Acendi batendo uma luva na outra e comecei a fazer o que ele falou. Minha testa deu vestígios de pingo de suor. Estava fraco.

- Você ta brincando comigo? Já está soando ? -sua voz se alterou- Vai logo seu mariquinha, mostra pra mim que você tem algo macho em você

Aquilo não me abalava, não me fazia ter raiva, pelo contrário. Eu tinha a consciência que não tinha que provar nada a ele.

- Você é igual seu pai, por este motivo hoje ele está longe! Você é um fracote -meu sangue mostrou como estava percorrendo em minha veia- Você tem que parar de ser um fracassado, saber bater e voltar a ser o que foi.

Ainda quieto fui socando o saco, por um momento eu já pensei em socar sua cara por tais palavras, era bem explícito em meu rosto que tocar em minha família, em meu pai estaria tocando no meu eu. A dois meses eu fazia tudo que eles me mandavam, era um completo covarde e por hoje me tomar alguém que sabe o que quer, ele faz tais comentários desnecessários.

- Seu pai me disse uma vez: "uma vez fraco, mesmo se tornando forte, sempre será fraco" era bem evidente que este fraco é você! -ele ria ironicamente, mas não era como antes, suava mais verdadeiro- Então bate nesta porra! -Ele deu uma empurrada no saco fazendo ele vir em mim e com um soco voltar até ele-  Muito bom!

Minha respiração estava descontrolada, meu coração batia muito forte. Seu olhar era de desfeita a mim, Perdinelli estava estranho e eu não o entendia.

- Você ta precisando ter uma raiva pra poder socar aqui!
- Não é com raiva que eu quero lutar! - o respondi parando de socar-
- Mas aqui, você não vai usar isso como terapia -ele deu meia volta e saiu- Mais 3 minutos e depois quero fazendo o 5 item da lista de treinamento. Ta colado na parede do lado da minha sala.

Olhei para cima e fechei os olhos. Minha cabeça pedia descanso, meu corpo pedia mais. Então continuei da forma que tinha que ser.

Os 3 minutos passaram e então eu sai indo até o bebedouro ficando ali até hidratar boa parte de minha boca com a água.
Assim que levantei meu olhar avistei uma bela garota, ela dançava concentrada para seus movimentos no espelho. Seus cabelos estavam amarrados e dava pra ver cada músculo que mexia. Meus olhos pararam por malícia em sua bunda, apesar de sua magreza era a mais linda que vi.

Fui até o lado da sala de Perdinelli seguindo sua dança, meus olhos desviaram por poucos segundos a lista vendido relance o treinamento. Era fazer abdominal e flexão.

Assim que voltei meu olhar a ela, não a encontrei. Tinha dado lugar a outras garotas e a mulher de Perdinelli. Não eram lá tão gostosas mas eu estava fissurado em outra.

Fui até o tatame que tinha visão a sala e fiquei de frente ao espelho para olhar contra. Comecei a fazer as séries esperançoso em vê-la dançar.

Mas ela não aparecia e só a mulher de Perdinelli estava ali explicando tais movimentos. Droga. Ela só falava e falava, explicava e fazia graça, foram minutos. Desisti por isso, fui me concentrar nas minhas séries e acabei desviando meu pensamento.

Eu já sentia mais sede que meu corpo gritava a vontade de água, fui até o bebedouro e fiquei ali parado bebendo até meu corpo se sentir aliviado pelo líquido.
Senti um fervor muito forte em minha barriga enquanto pegava minha mochila, fui vê o horário no relógio e era 13h, não tinha tomado café da manhã e então estava desmaiado de fome.

Peguei meu fone conectando no celular e colocando na playlist em aleatório. Enquanto guardava meu celular desci as escadas e deu de cara com a tal garota. No ponto, se despedindo das amigas e logo em seguida um carro parar e ela entrar.

Você acreditaria que ela entrou no carro sem que visse teu rosto? eu estava lerdo e minha cabeça começou a latejar, para tentar vê-la melhor. Fiz meu caminho voltando para casa.

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