25 de jan. de 2016

EL 1 - Começo




Meus olhos estavam abertos com a visão de Dave com a sua cabeça de um lado contrário da minha enquanto sentia sua língua dentro da minha boca saindo e entrando. Poderia está descrevendo algo mais romântico, porém isso era estranho, eu não sabia se ficava com os olhos fechados como ele estava ou se só fazia o mesmo com a língua. Pensei por alguns segundos e mordi o lábio dele sem querer e ele arregalou os olhos, me separei dele pegando minha mochila e sai detrás da arquibancada, o mesmo lugar que hoje algo me avisava para evitar passar. 3 anos atrás eu estava beijando o mesmo Dave que beijava Sara naquele canto. Sim, meu primeiro beijo foi aos 14 anos e não, não sei quando seguir minha intuição. Eu olhei para o lado contrário daquela cena e fiz com que nem vi. Se passava uma cena de quando Dave e eu éramos menores, não tinha essa de menino, menina e uma língua. Era muito mais que isso, nós tínhamos imaginação para brincar e fazer com que tudo tivesse uma vida. Hoje olhando ele assim me faz pensar o quanto crescemos e não só isso mas que a pessoa vai ficando mais trouxa quando descobre o significado "sexo".

Entrei nós corredores da escola e todos estavam conversando em voz alta, uns andavam com fone e lendo livros, outros apenas observavam a movimentação dos alunos. Eu sempre era a que andava livre, sem fones, sem observar, sem ler ou conversar muito para que os outros ouvissem. Cheguei até meu armário e deixei meu uniforme da Educação Física, peguei minha mochila e deixei lá dentro tirando minha bolsa. Peguei meu celular e fechei o armário indo direto para o banheiro. Coloquei minha bolsa na pia pegando meu celular e olhando as mensagens que Dave mandava.
As vezes um pensamento rápido vem na minha cabeça que Dave gosta de mim mas não aceito pelo fato dele sempre estar pegando alguém, isso era apenas uma frescura ridícula dele. Quem gosta, gosta e não fica com outras, certo?! 
Bloqueei o celular e ignorei as outras mensagens jogando dentro da bolsa e saindo ao ouvir o sinal tocar.

- Me encontra no final da aula no refeitório. -Dave brotou do meu lado-
- Pra que? 
- Vai lá e você vai ver a melhor briga dos tempos -disse fazendo expressões-
- Você ta brincando ? eu não vou separar novamente você de algum fortaço que arranja briga 
- Eu não to falando de mim bobona, falo de Sara...
- Deixa eu adivinhar, briga de menininhas ? por sua causa ? 
- Não é legal? elas discutiram sobre a noite passada e deu merda.
- Você é idiota ? isso é ridículo -eu parei na frente dele- Sempre isso né Dave? -ficamos nós olhando por breves segundos- eu to fora disso. 

Eu dei mais alguns passos de costas e virei entrando na sala procurando um lugar e sentei. Dave acha legal duas garotas brigando por ele, só não sei porque sempre me quer nesses brigas como plateia. Idiota.

A aula passou rápido do mesmo modo em que as pessoas corriam para o refeitório, eu ia contra a multidão saindo da escola e era a única, como pode isso? Ah... eu tinha que fazer o que não costumo. Abri minha mochila procurando no meio de apostilas meu fone que brigava enrolado com o arco do caderno. Como fone pode ficar desta maneira? Eu joguei dentro da mochila e agora esta embolado em nós.  Isso é algo inacreditável. Conectei ao celular e fui ate as musicas no app, eu costumo a ficar horas no notebook procurando novas musicas de países diferentes, amava dançar e decorar a mesma. 

Como iria a pé seria legal ir ouvindo algo mais leve, se não iria começar a dançar pela calcada e hoje não é bem um dia para isso, se é que tem um dia pra dançar na calcada. 


Coloquei o celular no bolso e desci os últimos degraus da escada da escola. Olhei para os lados e atravessei a rua indo em direção ao caminho de todo dia. Na minha mente eu fazia a oração de cada dia, para quer protegesse a cada passo que dava para chegar em casa. Que me mandasse meu anjo ao meu lado e me guiar ate o lugar que me deixa em segurança. Sempre que caminhava por aquele lugar, o fluxo de pessoas era muito grande mas hoje foi diferente e estava diminuído. Acelerei o passo ate chegar em casa e me deparar com meu pai dormindo na mesa. 

- Pai? ... Pai? -cutucava ele, observando os papeis na mesa- Pai, ac... 
- Oi. Que foi? ah ? -ele arregalou os olhos se ajeitando na cadeira- filha? você já chegou!
- Sim, dormiu na mesa por qual motivo ? -perguntei sem muita conversa-
- Projetos da empresa e cartas e mais cartas de propostas. Nada demais -ele organizava todos os papeis ali de forma rápida- 
- Ta bom né -dei as costas e subi para meu quarto- vai sair hoje ?
- Que horas são ? 
Peguei meu celular apertando no botão inicial.
- 15h45 -ele levantou assustado pegando todos os papeis- 
- Eu tinha que está no escritório as 16h estou atrasado. -ele pegou a pasta colocando tudo ali e pegou seu palito depositando um beijo em minha testa- fica com Deus filha.  
- tchau -já dito isso ouvi o barulho da porta-

Revirei os olhos e observei o estado da sala. Vazia, andei até a cozinha e permanecia tudo em silêncio. Estaria sozinha em casa ? Sim. Foi só terminar que meu celular apitou por bateria fraca. Peguei minha mochila procurando o carregador, coloquei na entrada do celular e deixei de canto. Subi para meu quarto e fui até o notebook, aquele era o único dia na semana que consegui mexer na internet. Antes que pudesse observar mais minhas redes sociais abertas nas abas, a companhia tocou. Desci e mais duas vezes a pessoa insistia tocar. 

- Olá.. ah Elisa -eu abri a porta já a cumprimentando- Entra. Como você está? porque não foi hoje ?
- Eu to ótima, eu não tava muito afim. -ela era muito mais sincera que eu, apenas- Tenho um convite pra fazer a nós duas, como só falta você saber, é um convite pra você. -nós duas rimos- Hoje tem uma social no Dave e depois de tudo que aconteceu lá mais cedo, ele só fez charme pra fazer convite. 
- Você ta brincando ? como você já sabe disso, sabe o que aconteceu ? -eu curiosa perguntei a Elisa enquanto ela procurava algo em seu celular-
- Na verdade não aconteceu nada, Dave sumiu do nada e quem me contou? ninguém. Estava vindo pra cá quando eu vi a Sara comentando com umas meninas no ponto, ela estava com a blusa rasgada.
- Que merda isso e vai ter uma social na casa dele ainda ?
- Sim, mas não convidou todos do colégio. Então já pode se arrumar porque vai começar cedo. Aliás já comprei as misturas -Elisa levantou uma sacola preta com apenas a ponta da garrafa a mostra-
- Ótimo. Eu to precisando mesmo sair, to sozinha novamente, acredita ? -eu bufei- vamos subir 
- Seus pais ainda estão na correria ? 
- Quando é que não estão, pelo menos eu posso sair. Não aguento casa vazia. -abri meu guarda-roupa- você pode escolher algo pra mim enquanto tomo um banho né ? 
- Deixa comigo! -ela piscou e nós rimos-

Dave deve ter ouvido o que eu disse antes de toda aquela briga ridícula no refeitório. Na verdade ele merecia uma boa porrada naquela cara, ele nunca consegue parar e ficar quieto. Pega uma, amiga dela e melhor amiga das duas, isso tudo em meio ano para  elas descobrirem só agora e fazer as briguinhas agendada em público. Nada mais ridículo que isso. Liguei o chuveiro, enquanto me despia e pegava uma toalha no armário da pia. A água que caia sobre minhas costas era um alívio, meu corpo pedia uma limpeza que só um banho poderia resolver. Enquanto massageava meu coro cabeludo as espumas começavam a surgir por conta do shampoo, eu amava quando isso acontecia e o cheiro começava a exalar por todo o box. Depois de alguns minutos desliguei o chuveiro saindo e enrolando a toalha em meu corpo logo após enxuga-lo. Peguei o pente e em alguns minutos que já havia penteado logo peguei o secador no armário ligando e secando a mesma. 

[...]

- Que horas são ? -perguntei enquanto terminava de passar rímel em meus cílios-
- 17h20 -disse Elisa colocando meu vans preto-
- Teremos que ir a pé ainda, vamos logo. 

Peguei meus brincos colocando enquanto descia as escadas, fui até meu celular e desconectei do carregador colocando em meu bolso. Peguei a chave enquanto Elisa ajustava as misturas na sacola. Fechei a casa e saímos dali.

Elisa era minha melhor amiga, eu conheço ela desde o primeiro ano do ensino médio. Ela sabia cada segredo meu e eu o dela, nos duas passamos muitas coisas juntas e algumas coisas na mesma época, algo tão bom, pois ela me conhece tanto que em um gesto de olhar já sabia que algo de errado havia acontecido, ou nem isso, eu tinha algo pra falar. 

Andamos tanto e enfim chegamos na casa de Dave. Podíamos ouvir de longe o som que já estava tocando, o portão aberto e então entramos e seguimos caminho de um pequeno corredor até enxergar o enorme jardim e todos estavam por ali. Entrei direto na sua casa avistando Dave na cozinha. 

- Lissa -Ele veio me dando um abraço e assim na Elisa um beijo na bochecha- Elisa, sabia que iria vir ! 
- Ah, aqui as misturas -Elisa sorriu malicioso e deu a Dave a sacola-
- Isso aqui não tem nada de mistura, Tequila Elisa ? Você é foda! -Eles se abraçaram já tirando as duas outras garrafas- Já podem se servir. Vou da uma ligada aqui... 

Elisa era muito ligeira, não me importei tanto com o que levar e ela deu de levar bebidas.  Na verdade não sabia que estaria ali, poise. 

- Vamos nos servir -Elisa disse pegando uma das garrafas, abrindo-
- Não quero, vou dar uma volta e avisar minha mãe. To sentindo o ataque dela daqui. -nós duas rimos e ela acendiu-

Peguei meu celular do bolso e saindo da casa de Dave andei em direção ao canto do quintal. 

- Onde você ta lis ? -a voz dela estava alterada-
- Estou no Dave com a Elisa mãe. 
- Você vai voltar pra casa com quem ? -ela perguntou calma- 
- Mãe! Posso pelo menos aproveitar ? Eu te liguei pra avisar que não vou voltar cedo! 
- Como? 
- O Dave me leva, tudo bem ? 
- Olha, to confiando em você! -ela disse num tom preocupante, eu sentia um peso em mim-
- Eu te ligo qualquer coisa, mas fica de olho nas mensagens também! -disse e ela riu-
- Pode deixar, estou voltando pra casa! Tchau e se cuida filha! -ela suspirou- Te amo 
- Te amo 

Eu tirei o celular do ouvido e esperei que ela desligasse. Minha mãe não gostava que eu saísse dessa forma, muito menos meu pai porém eu nunca os desapontei de tal forma que me proibissem de ir na onde eu queria. Muito pelo contrário, eles deixam exatamente porque eu os aviso. Enfim, eu vou esquecer isso tudo e tentar apro...

- Era sua mãe ? 

Um garoto alto com os cabelos castanhos de jaqueta de couro apareceu do nada com um copo na mão me questionando ali. 

- Era sim ... -o fitei os olhos que me olhavam mesmo com o copo na boca- 

Ele ficava mais sexy desse jeito, pensando bem eu estava gostando do começo da noite.

- Prazer, Justin -ele disse soltando um sorriso encantador e retribui rapidamente-


Desculpem qualquer erro na ortografia, espero que gostem. Comentem, isso dará continuidade ao EL. Obrigadão!

Beijos

Um comentário: